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 Thiago Bandeira  
ARTIGOS PUBLICADOS

Massa Muscular X Jogador de Futebol

 

 

Ainda é muito discutido no Futebol, até que ponto é benéfico um atleta habilidoso, porém fraco fisicamente, treinar para aumentar o volume muscular.

 

Sobre isso duas questões podem ser levantadas.

 

1° Até que ponto é necessário um atleta de Futebol ter um aumento da massa muscular.

 

2° Como um maior volume de massa muscular, pode vir a interferir nas capacidades motoras do atleta, como por exemplo, menor rapidez nos movimentos de dribles.

 

Hoje em dia, para um atleta de Futebol, ter uma carreira longa e manter-se sempre em boa fase, é de grande importância que ele não sofra muitas lesões durante a sua carreira.

                  

O futebol tem sofrido muitas mudanças, principalmente no que diz respeito à função das exigências físicas serem cada vez maiores, obrigando os atletas a trabalhar em seus limites submáximos, tornando-os predispostos a lesões (COHEN et al, 1997 apud PARREIRA et al, 2002). Em decorrência dessas mudanças o fortalecimento muscular produzido pelo treinamento de hipertrofia diminui a incidência de lesões porque a elasticidade dos músculos submetidos ao treinamento para hipertrofia aumenta e conseqüentemente os tendões são fortalecidos.

 

Segundo Cappa (2001), o treinamento de força, por exemplo, foi um dos últimos a ser desenvolvido e pesquisado pelos cientistas da área. Durante algum tempo foi reconhecido, principalmente por treinadores, como um freio para os atletas, ou seja, o atleta que treinasse força ficava “travado”, perdia sua agilidade. A utilização da musculação para este tipo de treinamento foi um dos principais fatores que levaram os preparadores físicos a essa má interpretação.

 

No nosso Futebol podemos citar vários exemplos de jogadores como Zico, Ronaldinho Gaúcho e Robinho que passaram por um treinamento de aumento da massa muscular e não perderam suas características como jogador de futebol.

 

É difícil atingir um ponto de equilíbrio entre a preparação física e a exigências do atleta. Por um lado, temos o avanço da medicina desportiva, levando ao melhor conhecimento da fisiologia do esforço e permitindo protocolos específicos para cada atleta, de acordo com suas características. Em contrapartida, temos o excesso de jogos e treinamentos (supertreinamento), que colocam o atleta nos limites de ocorrência das lesões musculares e osteoarticulares (COHEN, et al, 1997).

 

Para KUNZE (1987), o futebol exige uma série de capacidades, resistência, velocidade e força como princípios decisivos. Segundo SCHMID e ALEJO (2002), a velocidade é mais complexa do que correr o mais rápido possível. A velocidade no futebol inclui rapidez, tiros curtos, movimentos rápidos em todas as direções, a habilidade de reagir e parar rapidamente, ou seja, velocidade é uma combinação de força e excelente resistência, o que é necessário para a realização dos movimentos com máxima rapidez em todo o tempo.

 

Portanto parece que o grande objetivo a ser trabalhado pelos preparadores físicos, é definir qual a quantidade ideal de massa muscular necessária que um jogador de futebol precisa adquirir, não somente a fim de diminuir a incidência de lesões causadas por choques e traumas diretos,mas também para que através do aumento de massa muscular obtido através do treinamento de força, o atleta desenvolva maior velocidade em curto espaço, e com isso chegue na frente do zagueiro ao invés de dividir jogadas com ele.

 

Thiago Bandeira de Mello

Integrante do Grupo de Estudos Aplicados ao Futebol

 

 

Referência Bibliográfica

 

  • Cappa, D. F. El entrenamiento de fuerza a favor o en contra del fútbol. PubliCE Standard. 2001. Pid: 52. Disponível em: .Acesso em: 27 de março de 2009
  • COHEN, M; ABDALLA, R.J; EJNISMAN, B; AMARO, J.T; Lesões Ortopédicas no futebol. Revista Brasileira de Ortopedia, Dezembro de 1997. Disponível em: https://www.rbo.org.br/materia.asp?mt=336&idIdioma=1
  • KUNZE, A. Futebol. Tradução de Ana Maria de Oliveira Mendonça. Revisão Científica de Eduardo Vingada. Colecção Desporto n. 10. Lisboa: Estampa, 1987. Cap. 6, p. 129-141. (Condição Física).
  • PARREIRA, R.B; CECI, L.A; DAVANSO, L.O; SMANIOTTO; L.F; PARREIRA, C. A. Quantificação das Principais Lesões no Futebol Profissional de Londrina – SP. Revista Terapia Manual, 2002. Disponível em: https://www.terapiamanual.net/fisiomagazine, Acesso em 31 de Março de 2009.
  • SCHMID, S; ALEJO, B. Complete Conditiong for Soccer. Champaign: Human Kinetics, 2002. Treinamento de velocidade e agilidade no Futebol CUNHA,F.A.2003

 

Treinos táticos pela ótica do preparador físico

 

Nos tempos atuais, ainda não é consenso, mais tudo encaminha para que treinadores e preparadores físicos unifiquem cada vez mais a parte física, técnica, tática e emocional durante o treinamento dos atletas.

 

Segundo Weineck (2000) os treinamentos recebem formas, execuções e intensidades diferenciadas, que serão distribuídas no decorrer da temporada. Para ARAÚJO (2002) o modo como as competições são organizadas e distribuídas ao longo de cada época desportiva, constitui fator decisivo para a obtenção e manutenção de um elevado nível de resultados. Entretanto devido ao alto número de competições durante o ano e com intervalos de tempo muito curtos, acaba  dificultando  e provocando novos problemas de organização e estruturação do treinamento gerando um desgaste dos atletas,acrescentando a importância de aliar a parte física com a tática, para que cada sessão do treinamento seja aproveitada ao máximo.

 

Durante as sessões de treino são desenvolvidos exercícios, que construam e aprimorem a forma de jogar, especificando algumas situações de acordo com o que o treinador ou o preparador físico tenha como meta para aquele treinamento. Uma das formas de treinamento que está crescendo cada vez mais nos clubes de futebol, é o treinamento integrado que de acordo com (Chirosa Rios e Chirosa Rios, 2002) são exercícios que devem conter componentes técnicos, táticos, estratégias, físicas e até mesmo psicológicas que são encontradas durante uma partida de Futebol.

 

 Um exemplo de treinamento tático que pode ser integrado por treinadores e preparadores com o treinamento físico é o treino de marcação pressão, tanto por zona ou individualmente (menos comum no futebol brasileiro), nele pode ser treinado na parte física a resistência, velocidade e agilidade, enquanto na parte tática o posicionamento de cada jogador em virtude dessa marcação. 

 

 

Outra maneira bastante discutida de treinamento integrado são os jogos reduzidos. Puygnaire e col. (2003), já diziam que é possível também atingir um objetivo físico determinado, durante a realização de um jogo reduzido, através da manipulação de variáveis. Essas variações devem ser controladas pelos preparadores físicos e podem ser, por exemplo, o tempo de duração, o número de jogadores, as regras impostas para induzir a ação e também o posicionamento dos atletas, além de outras a serem definidas pela comissão técnica.

 

Agora, fato é que para essa integração surtir o efeito esperado durante a temporada, necessita ser planejada e estruturada antes mesmo da pré-temporada, para que as etapas de treinamento não sejam queimadas. Tubino e Moreira (2003) reforçam que, todavia, o planejamento, independentemente da área de trabalho, é fundamental para obter parâmetros para a planificação da próxima temporada e, ainda, inclusive, repensar algumas metas, ou alterar a metodologia de trabalho, objetivando corrigir os pontos falhos do treinamento. Enfim cabe a nos preparadores, fisiologistas e treinadores trabalhar de forma unificada e planejada para o melhor rendimento de todos os aspectos que envolvem o futebol.

 

 

 

Thiago Bandeira de Mello

Integrante do Grupo de Estudos Aplicados ao Futebol

 

·         ARAÚJO, M. Do modelo de jogo do treinador ao jogo praticado pela equipe. In: Júlio Garganta, Antonio Soares e Carlos Peños. A investigação em futebol. Estudos ibéricos, FCDEF - Universidade do Porto - Portugal, 2002.

·         BARBANTI, Valdir J. Formação de esportistas. Barueri: Manole, 2005.

·         Chirosa Rios, L. J.: Chirosa Rios, I. (2002). El trabajo integrado dentro del entrenamiento de un procedimiento de juego en Balomano. Asociacion de Entrenadores de Balomano. Revista Digital–https://www.aebm.com. Ref. Comunicação Técnica 176.

·         Puygnaire, A. R.; Sánchez, J. S.; Cabezón, J. M. Y. (2003). El entrenamiento aeróbio del futbolista. Educación Física y Deportes. Revista Digital-https://www.efdeportes.com, n. 58, ano 8.

·         TUBINO, Manoel J. Gomes; MOREIRA, Sergio B. Metodologia científica do treinamento desportivo. 13. ed. Rio de Janeiro: Editora Shape, 2003.

·         Weineck EJ. Futebol total – o treinamento físico no futebol. Guarulhos: Phorte; 2000.

 

Motivação do treinamento físico para alta performance

Acredita-se que para ter sucesso no esporte um dos primeiros passos a serem dados é a motivação dos atletas. Segundo Singer (1997), motivação é a insistência de caminhar em direção a um objetivo. Mas essa motivação pode ser entendida de varias formas, como por exemplo, uma premiação extra para os atletas após uma vitória ou também um dia a mais de folga na semana. Porém a motivação que estou querendo discutir pode ser um pouco mais complexa, devido ao fato de ela ter que ser conquistada no dia a dia do treinamento, tentando tirar o máximo dos atletas durante o treinamento físico, seja na pré-temporada, durante ou no final dela, independentemente da posição em que a equipe esteja na competição.

Becker Jr (apud SCALON, 2004 : 23) “reforça que é um fator muito importante na busca de qualquer objetivo.” , “...assim sendo, a motivação é um elemento básico para o atleta seguir as orientações do treinador e praticar diariamente as sessões de treinamento”.

Algumas das alternativas utilizadas por preparadores físicos, principalmente nas categorias de base para dar maior motivação no treinamento, é muito simples, porém ainda pouco aceita por treinadores e clubes profissionais: essa alternativa nada mais é do que acrescentar a bola durante os exercícios.

Perez (1995) já dizia que estar motivado é querer obter um bom rendimento e fazer o máximo possível para consegui-lo. Para isso a estruturação das sessões de treinamento deve ser bem organizada de acordo com a tabela da temporada, e caso os objetivos determinados para alguma das competições a serem disputadas não sejam alcançados, são necessárias algumas alternativas para que não se permita que os atletas façam corpo mole ou deixam de dar o máximo durante o treinamento, devido às possibilidades de titulo ou eventual premiação não possam ser mais alcançados.

É possível perceber nos treinamentos que quando o atleta está com a motivação elevada, ele treina com maior entusiasmo, tem maior confiança em si mesmo e eficiência na parte técnica e tática.

E todos esses fatores vão deixar os atletas mais bem preparados física e mentalmente do que seus adversários, aumentando suas chances de ganhar.

Porém a realidade que observamos nos clubes atualmente é outra. Ao invés de os clubes se preocuparem em melhorar a qualidade do treinamento, eles encontram como única solução a motivação financeira; portanto cabe a nós, preparadores e profissionais do futebol, melhorarmos as estratégias do treinamento, para que um dia não se torne dispensável o papel do preparador físico nos clubes.

Thiago Bandeira de Mello

Integrante do Grupo de Estudos Aplicados ao Futebol

Bibliografia

BECKER JR., B e SAMULSKI, D. Manual de treinamento psicológico para o esporte. Novo Hamburgo: Feevale, 2002.

PÉREZ, G; CRUZ, J. e ROCA, J. Psicología y deporte. Madrid: Alianza Editorial, 1995.